quinta-feira, maio 28, 2009

Coisas que eu tenho lido

“Fragile Things” e “The Graveyard Book”, de Neil Gaiman

Já faz um tempo que eu terminei de ler esse livro, mas isso não importa. Este é um livro de contos e poemas do Mestre Gaiman, que apareceram, em sua maioria, em outros livros, revistas e até encartes de CDs (“Strange Little Girls”, para a amiga Tori Amos). Decidi comprar esse livro em inglês original após a decepção sofrida ao comprar a edição em português, que continha APENAS nove contos (o original tem 32 contos e poemas).

Em primeiro lugar, é um livro de Gaiman. Dificilmente, sinônimo de livro ruim. Há contos bons e alguns muito bons, como “Um Estudo em Esmeralda”, “Other People”, “Como Falar com Garotas em Festas”, “Golias”, “The Day the Saucers Came”, entre outros. Apesar de eu preferir o livro de contos “Smoke and Mirrors” (“Fumaça e Espelhos”, por aqui), também há mágica neste.

Em seguida(não tão em seguida assim: Parei a leitura de outro ivro), eu li, em um ritmo espantosamente acelerado (150 páginas em um dia, um domingo, e o resto de livro de 300 e poucas páginas em 4 dias), o “The Graveyard Book”. Nem preciso dizer que é ótimo. Espantosamente, um livro escrito para crianças com assassinatos, referência a sexo e outras coisas que a maioria dos adultos acha inapropriada aos infantes.

O livro conta a história de um garoto de 1 ano e poucos meses, cuja família é assassinada por The Man Jack. O garoto escapa, vai parar em um cemitério e é adotado por um casal de fantasmas. Após um Conselho, os outros membros do cemitério decidem pela permanência do garoto, que teria um Guardião, Silas (que não é morto, nem vivo mas que como o garoto também foi abrigado pela Lei do Cemitério) e é batizado de Nobody (Ninguém) Owens ou Bod. A cada conto, que se distanciam em dois ou três anos, acompanhamos o crescimento de Bod, seu relacionamento com os habitantes do cemitério, principalmente Silas, suas aventuras e ritos de passagem. Por motivos que vão sendo desvendados posteriormente, The Man Jack está obstinado a matar o garoto e o cemitério é o seu porto seguro.

Assim como “Os Livros das Selvas” (Foram dois), que o inspirou, cada capítulo é um conto fechado, que se interliga a outros. O primeiro capítulo lembra bastante “Os Irmãos de Mowgli”, do primeiro livro das selvas e outro capítulo, "The Hounds of God", segue a linha de “A Caçada de Kaa”.

Aliás, “os Livros das Selvas”, de Rudyard Kipling, é outra obra surpreendente. Depois que eu li os primeiros contos com Mowgli, tomei ódio da versão da Disney, que eu considerei simplória, imbecilizante e pouco fiel à obra original. Há notícias que Neil Jordan vai adaptar esse livro para o cinema. Espero que ele não cometa o mesmo erro.

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