segunda-feira, dezembro 31, 2012

MELHORES HQS DE 2012

Eu sei, eu sei, eu li outras coisas além do que está nesta lista, mas estou tentando limitar para os títulos inéditos que foram lançados este ano. Algumas, claro, são títulos mensais cuja existência se prolonga por anos a fio, mas a maioria são séries, minis ou edições especiais lançadas em 2012. E aqui está:



Nacionais:

Pinóquio, de Winshluss (Editora Globo)

Habibi, de Craig Thompson (Quadrinhos na Cia./Cia. das Letras)

Astronauta: Magnetar, de Danilo Beyruth (Panini Comics)

Fracasso de Público - Adeus, de Alex Robinson (HQM Comics)

O Paraíso de Zahra, de Amir e Khalil (Leya/Barba Negra)

O Gosto do Cloro, de Bastien Vivès (Leya/Barba Negra)

O Inescrito, de Mike Carey e Peter Snejberg (Panini Comics)

Sweet Tooth - Depois do Apocalipse - Volume 1 - Saindo da Mata, de Jeff Ramire (Panini Comics)

Vertigo, Vários (Panini Comics)

Dark, Vários (Panini Comics)

A Liga Extraordinária - Século 2009, de Alan Moore e Kevin O'Neill (Devir Livraria)

Monster, de Naoki Urasawa (Panini Comics)

20th Century Boys, de Naoki Urasawa (Panini Comics)

Incal Integral, de Alexandro Jodorowsky e Moebius (Devir Livraria)

Hellboy: Caçada Selvagem, por Mike Mignola e Duncan Fegredo (Mythos Editora)

Surpreendentes X-Men - Volume 3 - Incontrolável, de Joss Whedon e John Cassaday (Panini Comics)

Vikings - A viúva do Inverno, por Brian Wood e Leandro Fernandez (Panini Comics)

Sandman Apresenta, Vários (Panini Comics)

Y - O Último Homem - Volume 8 - Dragões de Quimono, de Brian K. Vaughan  e Pia Guerra (Panini Comics)

Y - O Último Homem - Volume 9 - Pátria-Mãe, de Brian K. Vaughan  e Pia Guerra (Panini Comics)

Y - O último homem - Volume 10 - Não Há Causa sem Porquê, de Brian K. Vaughan  e Pia Guerra (Panini Comics)

Jonah Hex - Volume 6 - Balas não Mentem, de Jimmy Palmiotti, Justin Gray e vários (Panini Comics)

100 Balas - Volume 8 - Samurai, de Brian Azzarello e Eduardo Risso (Panini Comics)

100 Balas - Volume 10 - Vidas dizimadas, de Brian Azzarello e Eduardo Risso (Panini Comics)

100 Balas - Volume 11 - Decaído, de Brian Azzarello e Eduardo Risso (Panini Comics)

Ex Machina - Volume 8 - Truques sujos, de Brian K. Vaughan e Tony Harris (Panini Comics)

Ex Machina - Volume 9 - Os sinos da despedida, de Brian K. Vaughan e Tony Harris (Panini Comics)


"Importados":

Fables, de Bill Willingham, Mark Buckinham e vários (Vertigo)

Fairest, de Bill Willingham (Vertigo)

The Walking Dead, de Robert Kirkman  e Charlie Adlard (Image Comics)

Saga, de Brian K. Vaugham e Fiona Staples (Image Comics)

Hawkeye, de Matt Fraction e DAvid Aja (Marvel Comics)

Daredevil, de Mark Waid e vários (Marvel Comics)

All-Star Western, de Justin Gray e Jimmy Palmiotti (DC Entertainment)

Wonder Woman, de Brian Azzerello e Cliff Chiang (DC Entertainment)


Coisas que saíram esse ano e que eu não li ainda, mas estão na fila e parecem foda: 

X-Men vs. Avengers, Vários (Marvel Comics)

Winter Soldier, de Ed Brubaker, Butch Guice, Michael Lark e Bettie Breitweiser (Marvel Comics)

America’s Got Powers, de Jonathan Ross e Bryan Hitch (Image Comics)

Conan the Barbarian, de Brian Wood e Becky Cloonan (Dark Horse Comics)

The Punisher, de Greg Rucka, Michael Lark, Stefano Gaudino, Marco Checchetto e Mirko Colak
(Marvel Entertainment)

Dancer, de Nathan Edmondson e Nic Klein (Image Comics)

Fantastic Four, de Jonathan Hickman e vários (Marvel Entertainment)

Chew, de John Layman e Rob Guillory (Image Comics)

Fatale, de Ed Brubaker e Sean Philips (Image Comics)

Manhattan Projects, de Jonathan Hickman e Nick Pitarra (Image Comics)

The Massive, de Brian Wood e Kristian Donaldson (Dark Horse Comics)

Wolverine and the X-Men: Alpha and Omega, de Brian Wood e Mark Brooks (Marvel Entertainment)


Hellboy: The Storm and the Fury de Mike Mignola e Duncan Fegredo (Dark Horse Comics)

Hellboy in Hell, de Mike Mignola (Dark Horse Comics)

quarta-feira, dezembro 19, 2012

GRAPHIC NOVEL # 2 - ASTERIOS POLYP, DE DAVID MAZZUCCHELLI




Na época de seu lançamento, esta obra, escrita e desenhada por David Mazzuchelli, foi uma sensação: concorreu a quatro Eisner Award (Ganhou três, Melhor Álbum Inédito, Melhor Escritor/Artista e Melhor Leitreramento) e colecionou outros inúmeros prêmios. Entrou nas listas de melhores de 2009, quando foi lançado lá fora, repetindo esse feito no Brasil em 2011, quando foi publicado aqui. Ganhou vários prêmios em 2010, incluindo três Harvey (Melhor letreirista, melhor Graphic Novel original e melhor edição ou história), prêmio especial em Angoulême, o maior prêmio europeu de Quadrinhos, Grand Prix de la Critique, ganhou o primeiro Los Angeles Times Book Prize para Quadrinhos e mais um monte de outros prêmios e indicações ao redor do mundo.

Daredevil: Born Again 

Mazzuchelli já era conhecido da mídia, quando desenhou o título do Demolidor, para a Marvel e Batman, para a DC. Em parceria com o outrora genial e hoje caduco Frank Miller, produziu duas obras-primas das HQs de super-heróis modernas: Demolidor – A Queda de Murdock (Marvel) e Batman – Ano Um, ambas lançadas originalmente em edições mensais, mas que ainda alcançam considerável sucesso na forma de encadernados (ou TPBs).


                
Batman: Year One
Depois disso, Mazzuchelli abandonou a indústria mainstream e partiu para projetos mais pessoais. Publicou a antologia Rubber Blanket e co-escreveu e desenhou Cidade de Vidro, uma adaptação do livro de Paul Auster. Nestas obras, utilizou experimentalismos que culminariam em Asterios Polyp.

"The Big Man", Rubber Blanket # 3
Paul Auster's City of Glass: The Graphic Novel

A história do livro não tem nada demais. Embora seja contada de maneira envolvente, não há muitas novidades na trama básica: um homem que perde quase tudo reconstrói sua vida e seu modo de ser ao mesmo tempo em que tenta entender o que fez de errado em seu passado. No início da trama, tudo que lhe resta são a roupa no corpo, um canivete suíço, um isqueiro e um relógio, objetos que possuem um imenso valor sentimental para o personagem (e que são utilizados como marcos de sua mudança). Por meio de flashbacks, descobrimos que foi ele casado e as razões por que está sozinho. 



O surpreendente, mesmo, nesta Graphic Novel é o modo como Mazzuchelli conta a história. Ele utiliza de forma ousada os elementos gráficos típicos de HQs, como onomatopéias, balões, cores, enquadramentos, etc., para conduzir a trama de forma magistral. Nada aqui é despropositado. Os detalhes, por menores que sejam, são repletos de significado e intenção. O destaque do álbum é o jogo narrativo que Mazzuchelli conduz com variação de traço, colorização e fontes de texto, criando uma história que só poderia ser contada com o que os quadrinhos podem oferecer.


A história é narrada pelo irmão gêmeo natimorto de Asterios, Ignazio. Asterios é um famoso arquiteto de papel (seus projetos nunca foram construídos) obcecado pela dualidade pela ordem. Para ele, tudo pode ser encaixado em dualidades: preto e branco, homem e mulher, cara e coroa, opostos que se complementam. Essa dualidade está presente na obra em detalhes aparentemente insignificantes (como o nome da mãe de Asterios e Ignazio, Aglia Oglio) e acaba se refletindo no próprio Asterios (Há o Asterios “de antes” e o “de depois”, cada um com suas particularidades, díspares, porém, complementares; o próprio fato dele ter um irmão gêmeo, que passa a representar a sua metade perdida, etc.).


Asterios é obcecado pela ordem e acredita saber todas as respostas e estar sempre certo. As próprias formas do Asterios refletem essa austeridade, através de formas geométricas precisas (notem as formas de sua cabeça e como ele se desdobra nos momentos em que sua). Os contrapontos entre ele e a Hana, seu par romântico, também mostram isso. Hana é representada pela cor vermelha, indicando sentimento, paixão, enquanto Polyp é representado pelo azul, uma cor mais fria e que remete à ordem, razão, mostrando um embate entre razão e sentimento (olha a dualidade aí novamente). Esse recurso também serve para exemplificar o que é explicado no início do livro, sobre o modo como cada personagem se vê no mundo.


Começei a ler Asterios Polyp de maneira despreocupada, mais ligado à trama que aos gráficos. Certos detalhes você acaba percebendo de cara e outros são mais sutis (um deles, eu só fui perceber quando estava além da metade do livro, o que me fez retornar à primeira página só para pescar esse e outros).

Mal acabei de ler e logo comecei a folhear o livro de novo, com um olhar mais crítico e atento. 

Título: Asterios Polyp
Autor: David Mazzucchelli
Editora: Quadrinhos na Cia. (Cia. Das Letras)
Páginas: 344 
Preço: R$ 63,00